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sábado, 14 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
PALESTRA 3.
Os Protocolos dos Sábios de Sião
Os
Protocolos dos Sábios de Sião ou Os Protocolos de Sião 1 (russo:"Протоколы Сионских мудрецов" ou
"Сионские Протоколы"), é um texto surgido, originalmente, em idioma
russo, relatado em 1897 pela Okhrana (polícia secreta do Czar Nicolau II),
que supostamente descrevia um projeto de conspiração para que os judeus
atingissem a "dominação mundial". O texto foi traduzido do original
para vários idiomas.
História dos protocolos: Segundo os historiadores, o seu propósito era
político: reforçar a posição do Czar Nicolau II da Rússia,
apresentando alguns de seus oponentes como aliados de uma gigantesca conspiração
para a conquista do mundo.
O texto tem
o formato de uma ata, que teria sido redigida por uma pessoa num Congresso
realizado a portas fechadas, numa assembleia em Basileia, no ano de 1898,
onde um grupo de sábios judeus e maçons teriam-se reunido para estruturar um
esquema de dominação mundial. Nesse evento, teriam sido formulados planos como
os de usar uma nação europeia como exemplo
para as demais que ousassem se interpor no caminho dessa dominação, controlar o
ouro
e as pedras preciosas,
criar uma moeda amplamente aceita que estivesse sob seu controle, confundir os
"não-escolhidos" com números econômicos e físicos e, principalmente,
criar caos e pânico tamanhos que fossem capazes de fazer com que os países
criassem uma organização supranacional capaz de interferir em países rebeldes.
Capa da edição de 1912
Numerosas
investigações repetidamente provaram tratar-se de um embuste, especialmente uma série de artigos do The Times of London, de 16 a 18 de agosto de 1921,2 , o que leva a crer que muito do material
utilizado no texto era plágio de Serge Nilus
ou Serguei
Nilus de sátiras políticas existentes
(principalmente do livro "O diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu",
do escritor Maurice Joly,
publicado em 1865), que não tematizavam a questão antissemita. Em 1920, Lucien Wolf publicara "The Jewish
Bogey and the Forged Protocols of the Learned
Elders of Zion" (London: Press Committee of the Jewish Board of Deputies.
Segundo
estas investigações, a base da história dos Protocolos, como circula desde
então, foi criada por um novelista alemão antissemita, chamado Hermann
Goedsche que usou o pseudônimo de Sir John
Retcliffe. A contribuição original de Goedsche consistiria na
introdução dos judeus como os conspiradores para a conquista do mundo. O jornal
The New York Times
republicou os textos, a 4 de Setembro de 19213
Os
Protocolos foram publicados nos EUA no Dearborn Independent, um jornal de
Michigan, cujo proprietário era Henry Ford, que ao mesmo tempo publicaria uma
série de artigos coligidos mais tarde num livro intitulado O Judeu Internacional.
Mesmo após as denúncias, por parte de toda a imprensa, de fraude, o jornal
continuou a citar o documento. Adolf Hitler e seu Ministério da Propaganda
citaram os Protocolos para justificar a necessidade do extermínio de judeus
mais de 10 anos antes da Segunda Guerra Mundial. Segundo a retórica nazista, a
"conquista do mundo pelos judeus", descoberta pelos russos em 1897,
estava obviamente sendo ainda levada a cabo 33 anos depois.
No Brasil, Gustavo Barroso,
advogado, professor, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e
romancista brasileiro, diretor do Museu Histórico
Nacional, presidente da Academia
Brasileira de Letras por duas vezes e membro do movimento
nacionalista Ação Integralista
Brasileira, publicou pela Editora
Civilização Brasileira a primeira tradução em português.
Paulo Coelho,4 por sua vez, recorda que o Protocolos
foi publicado simultaneamente na Inglaterra (Eyre & Spottiswoode Publishers) e
na Alemanha (Verlag Charlottenburg), transcrevendo,
de forma grosseira, determinadas ideias antissemitas difundidas por Serge Nilus
(ainda que o livro, em momento algum, pregue qualquer tipo de agressão física
ou moral ao povo semita) ("O grande no pequeno e o Anti-Cristo como possiblidade
imediata". São Petesburgo, 1902).
Em 1931,
Anton
Idovsky, um velho e desencantado monarquista, disse ter forjado os Protocolos,
simplesmente porque um judeu, gerente de um banco, lhe havia recusado um
empréstimo. Idovsky afirmou ter copiado as ideias centrais do livro de Joly.
A história
teria-se encerrado aí, caso, dois anos mais tarde, em 1933,
Adolf Hitler não tivesse subido ao poder, na
Alemanha, uma vez que foi esta obra que os nazistas
utilizaram, perante o meio intelectual alemão, para justificar a postura
antissemita então pretendida de ser adotada pelo Terceiro Reich alemão.
A utilização
dos Protocolos por Hitler pode ser vista nesta tradução do Mein Kampf
(1925-1926), capítulo XI, Nação e Raça: "… até que ponto toda a existência
desse povo é baseada em uma mentira continuada incomparavelmente exposta nos
Protocolos dos Sábios de Sião, tão infinitamente odiado pelos judeus. Eles são
baseados num documento forjado, como clama o jornal Frankfurter Zeitung
toda semana: é a melhor prova de que eles são autênticos. O que muitos judeus
fazem inconscientemente, aqui é exposto de forma consciente. E é isso o que
importa. É completamente indiferente de qual cérebro judeu essa revelação se
originou; o importante é que, com uma certeza positiva e terrível, eles revelam
a natureza do povo judeu e expõem seus contextos internos bem como seus
objetivos finais. Todavia, a melhor crítica aplicada a eles é a realidade.
Qualquer um que examine o desenvolvimento histórico dos últimos 100 anos, do
ponto de vista deste livro, vai entender de uma vez os gritos da imprensa judaica.
Agora que este livro se tornou uma propriedade do povo, a ameaça judaica é
considerada como interrompida (pgs 307-308)"
León
Poliakov, aponta que tal texto é uma falsificação da polícia secreta
do Czar Nicolau II da Rússia,
sendo seu mais "duradouro legado intelectual".5
Will Eisner (1917-2005), filho de imigrantes
judeus-americanos, conhecia desde pequeno a história do panfleto Protocolos
dos sábios de Sião: "por bastante tempo o releguei à biblioteca da
literatura perversa, ao lado do Mein Kampf (Minha luta, de Hitler)"
escreveu na apresentação do seu livro, que também ilustrou, O complô
(Companhia das Letras), sobre a história secreta dos Protocolos. Na
introdução, o escritor e acadêmico italiano Umberto Eco se pergunta como tal livro resiste às
provas de que é falso. E responde: "Não são os Protocolos que geram
antissemitismo; é a profunda necessidade das pessoas de isolarem um inimigo,
que as leva a acreditar nos Protocolos".6
”Protocolos” e “Diálogo no Inferno”
Conforme
demonstrou Philip Graves em seus artigos no The Times em 1921, os
“Protocolos” 1 a 19 seguem, a mesma sequência e conteúdo muito semelhante à
obra dos “Diálogos” de Maurice Joly, o que mostra um claro plágio ou senão uma segunda versão. Aqui se
apresentam alguns exemplos:
Diálogos
no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu
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Os
Protocolos dos Sábios do Sião
|
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Estrutura e conteúdo
Os Protocolos
se propõem a documentar as minutas de uma reunião ocorrida ao final do século
XIX por parte por Lideranças Judias Mundiais (os Anciãos de Zion), que
conspiraram para dominar o mundo. As informações forjadas atribuíam aos judeus
uma variedade de planos, a maioria das quais originadas de antigas notícias
sensacionalistas fabricadas, todas de caráter anti-semita. Como exemplo, os
Protocolos incluíam planos para subverter os valores morais do mundo não-Judeu,
planos dos banqueiros Judeus para controlar a economia mundial, dos Judeus em
geral para controlar a imprensa, tudo isso visando a Destruição da
Civilização. São vinte e quatro Protocolos, que foram analisados por
Steven L. Jacobs e Mark Weitzman, os quais documentaram diversos temas
recorrentes e repetitivos que são expostos nesses Protocolos, conforme tabela a
seguir:
Protocolo
|
Título
(Cf. Jacobs)
|
Temas
(Cf. Jacobs)
|
1
|
A
Doutrina Básica: "O direito repousa no Poder"
|
Liberdade
e ser liberto; Autoridade e Poder; Ouro = Dinheiro
|
2
|
Guerra
Econômica E Desorganização levam a um Governo Internacional
|
Conspiração
econômina e Política Internacional; Imprensa e Informação como ferramentas
|
3
|
Métodos
de Conquista
|
Povo
Judeu, arrogante e corrupto; Escolhas/Eleições; serviços públicos
|
4
|
A
Destruição da Religião pelo Materialismo
|
Negócios
Frios e sem Coração; Gentios como escravos
|
5
|
Despotismo
e Progresso Moderno
|
Ética
Judia; Relações do Povo Judeu com uma Sociedade Maior
|
6
|
Aquisição
de terras, Encorajamento à especulação
|
Posse
da terra
|
7
|
Profecia
de uma Guerra Mundial
|
Inquietação
e discórdias internas (vs. Sistema Judiciário) levando a Guerra vs
“Shalom”/Paz
|
8
|
O
Governo de Transição
|
Elemento
Criminal
|
9
|
Propaganda
ampla e total
|
Lei;
educação; Maçonaria/Livre Maçonaria
|
10
|
Abolição
da Constituição; Advento da Autocracia
|
Políticas;
Governo pela maioria; Liberalismo; Famíla;
|
11
|
A
Constituição da Autocracia e Regra Universal
|
Gentios;
Envolvimento politico dos Judeus; Maçonaria
|
12
|
O Reino
da Imprensa e do Poder
|
Libertade;
Censura da Imprensa; Publicidade
|
13
|
Motivar
pensamentos do public sobre Essencial e Não essencial
|
Gentios;
Negócios; Escolhas/Eleições; Imprensa e Censura; Liberalismo
|
14
|
A
Destruição da Religião como um prelúdio da ascensão do Deus Judeu.
|
Judaismo;
Deus; Gentios; Liberdade; Fornografia
|
15
|
Utilização
da Maçonaria: Supressão sem clemência dos Inimigos
|
Gentios;
Maçonaria; Sábios de Israel; Poder Político e Autoridade; Rei de Israell
|
16
|
Nulificação
da Educação
|
Educação
|
17
|
O
destino dos Advogados e do Clero
|
Advogados;
Clero; Cristianismo e Autoridade não-Judia
|
18
|
A
Organização da desordem
|
O Mal;
a Palavra;
|
19
|
Entendimento
mútuo entre o Governante e o Povo
|
Intrigas/Martírio
|
20
|
O
Programa Financeiro e a Constituição
|
Taxas e
Taxação; Empréstimos; Obrigações; Empréstimo em Moeda corrente
|
21
|
Empréstimos
Domésticos e Crédito Governamental
|
Mercado
de Ações e Bolsa de Valores
|
22
|
A
Beneficência do Governo Judeu
|
Ouro =
Dinheiro; Escolhas/Eleição
|
23
|
Inculcação
da Obediência
|
Obediência
à Autoridade; Escravatura; Escolhas/Eleição
|
24
|
O
Governante Judeu
|
Monarquia;
Documento como Ficção
|
Referências
- Ir para cima ↑ ver origem de Sião (Jerusalém)
- Ir para cima ↑ In 1921 Philip Graves
Exposed the "Protocols of Zion" as a Phony por Jared Israel
e Samantha Criscione
- Ir para cima ↑ The New York Times, 4
de setembro de 1921. Página frontal, Secção 7
- Ir para cima ↑ COELHO, Paulo. Conspiração
segundo Márcio
Bontempo. São Paulo: Revista Planeta. Edição 236, Ano
20, N° 5, Maio 1992. p. 8.
- Ir para cima ↑ [1] Terra.com.br - Educação, O
assassinato dos Romanov
- Ir para cima ↑ Entre Livros, nº15, 2006,
Editora Duetto.
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